03 abril, 2011

a verdade é a minha liberdade




Às vezes entrego-me ao poema e à sua acção como se houvesse uma transição entre mim e a palavra. Como na dança dobro o fluxo das ideias para extrair o sentido do corpo e escrevo com os gestos da mediação sensorial..... inclino-me e encontro a imagem que será palavra....coreografo a página com a rede emocional e na dançarina encontro o equilíbrio “meta-estável” do corpo

gesto e palavra em movimento....


há uma força subtil no sentido deste gesto,

onde abandono surdas sinfonias

repara como é preciso Ver para dentro e para fora

para a viagem entre nós e o mundo


há uma palavra branca antes de tudo

e se alguma mão cegar a possibilidade

a outra arrebatará com o pulso do Verbo,


escrevo para celebrar a voz que se funde

no corpo da criança que não derruba nem fere

e com a “água do poema” atravesso a frase que

me pensa por dentro como uma dança

no devir do gesto, a verdade é a minha liberdade


Gisela Ramos |Rosa, 3-04-2011

12 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Todo o teu texto é uma celebração, Gisela...e a busac de espaços de silêncio que se situam entre ti e a tua palavra. Muito suave essa dança. E bela...
Beijos,
Tânia

Gisela Rosa disse...

Um beijo Tânia de gratidão!

Pela sua presença e palavra.

Mar Arável disse...

Uma viagem permanente

sem fim à vista

Nilson Barcelli disse...

Gisela, este teu poema é excelente.
Gostei imenso, parabéns pelo talento que possuis.
Beijos.

Sentado no Fim de uma Âncora disse...

inclino-me
...
entrego-me
para celebrar a bonita palavra
em ti é
“a voz que se funde”

Anónimo disse...

O que mais amo é a liberdade e como ela foi coloca de forma brilhante entre as linhas e entrelinhas de teu poema.
Parabéns Gisela.


Cris Assi

voarpossvel.blogspot.com

Gisela Rosa disse...

Mar concordo!! É um caminho....

Muito pertinente o seu comentário...



Nilson renovo o agradecimento. Volte sempre.


Canto, n"a água do poema"...procuro a minha voz...


Cris visitarei seu espaço, muito grata pelas palavras gentis!!

Graça Pires disse...

Um caminho: uma viagem no sentido das palavras cada vez mais belas e mais lúcidas...
Um beijo, Gisela.

Unknown disse...

Graça, as palavras trans formam - se...


beijo minha amiga

Nilson Barcelli disse...



O verdadeiro poema
conduz mais vozes de fora para dentro
que o inverso.
É um filme ao contrário
onde a bala, que não é disparada
pela espingarda do poeta,
tem que atingir quem carregar no gatilho.



Boa semana.
Beijos.

Isabel Aguiar disse...

"A viagem entre nós e o mundo" - é muito Belo!
Um abraço, Gisela, já da Páscoa - que seja plena de brilhos!

Poesia Portuguesa disse...

Olá, Gisela.

Fiz-te um pedido através de mensagem privada do Fb para me facultares um poema que indiquei, para publicação no Poesia Portuguesa, já que não tenho permissão para o levar "emprestado" directamente.
O pedido já foi feito em 5 de Março e como não obtive resposta, decidi colocar aqui o pedido.
Grata pela atenção.
Um abraço e Feliz Páscoa.
Otília Martel