Às vezes entrego-me ao poema e à sua acção como se houvesse uma transição entre mim e a palavra. Como na dança dobro o fluxo das ideias para extrair o sentido do corpo e escrevo com os gestos da mediação sensorial..... inclino-me e encontro a imagem que será palavra....coreografo a página com a rede emocional e na dançarina encontro o equilíbrio “meta-estável” do corpo
gesto e palavra em movimento....
há uma força subtil no sentido deste gesto,
onde abandono surdas sinfonias
repara como é preciso Ver para dentro e para fora
para a viagem entre nós e o mundo
há uma palavra branca antes de tudo
e se alguma mão cegar a possibilidade
a outra arrebatará com o pulso do Verbo,
escrevo para celebrar a voz que se funde
no corpo da criança que não derruba nem fere
e com a “água do poema” atravesso a frase que
me pensa por dentro como uma dança
no devir do gesto, a verdade é a minha liberdade
Gisela Ramos |Rosa, 3-04-2011
12 comentários:
Todo o teu texto é uma celebração, Gisela...e a busac de espaços de silêncio que se situam entre ti e a tua palavra. Muito suave essa dança. E bela...
Beijos,
Tânia
Um beijo Tânia de gratidão!
Pela sua presença e palavra.
Uma viagem permanente
sem fim à vista
Gisela, este teu poema é excelente.
Gostei imenso, parabéns pelo talento que possuis.
Beijos.
inclino-me
...
entrego-me
para celebrar a bonita palavra
em ti é
“a voz que se funde”
O que mais amo é a liberdade e como ela foi coloca de forma brilhante entre as linhas e entrelinhas de teu poema.
Parabéns Gisela.
Cris Assi
voarpossvel.blogspot.com
Mar concordo!! É um caminho....
Muito pertinente o seu comentário...
Nilson renovo o agradecimento. Volte sempre.
Canto, n"a água do poema"...procuro a minha voz...
Cris visitarei seu espaço, muito grata pelas palavras gentis!!
Um caminho: uma viagem no sentido das palavras cada vez mais belas e mais lúcidas...
Um beijo, Gisela.
Graça, as palavras trans formam - se...
beijo minha amiga
O verdadeiro poema
conduz mais vozes de fora para dentro
que o inverso.
É um filme ao contrário
onde a bala, que não é disparada
pela espingarda do poeta,
tem que atingir quem carregar no gatilho.
Boa semana.
Beijos.
"A viagem entre nós e o mundo" - é muito Belo!
Um abraço, Gisela, já da Páscoa - que seja plena de brilhos!
Olá, Gisela.
Fiz-te um pedido através de mensagem privada do Fb para me facultares um poema que indiquei, para publicação no Poesia Portuguesa, já que não tenho permissão para o levar "emprestado" directamente.
O pedido já foi feito em 5 de Março e como não obtive resposta, decidi colocar aqui o pedido.
Grata pela atenção.
Um abraço e Feliz Páscoa.
Otília Martel
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