Que eu não fui há um momento,
sabes já? E tu dizes não saber.
Então sinto que se não andar a correr,
posso nunca ter passado totalmente.
Sim, mais do que sonho de um sonho sou.
Só o que a limites consolidados aspirou,
é como um dia e como um som que esvoaça;
pelas tuas mãos inominado passa,
para a múltipla liberdade encontrar,
e elas com tristeza o vêm a abandonar.
E o escuro apenas para ti ficou,
e, crescendo para a luz vazia,
uma história do mundo se erguia
de uma pedra que cada vez mais cegou.
Ainda há alguém a construir?
As massas de novo às massas dão voltas,
as pedras estão como soltas
E nenhuma foi por ti talhada...
Rainer Maria Rilke, O Livro de Horas, p. 161
* Agradeço do fundo do coração o livro de onde colhi este poema, à minha amiga Maria Teresa Dias Furtado, tradutora e especialista de Rainer Maria Rilke.
after the end .2
© final toto
4 comentários:
Entre bibliões e biliões de seres quem habitam o universo ainda há quem construa. Sim. Ainda há.
Beijinhos.
há muitas mãos a construir... o que outras destroiem.
gostei muito da imagem.
um abraço
luísa
Soube-me muit bem descobrir este espaço tão bonito e de refinado bom gosto. Virei assiduamente. Um beijo amigo.
Adorei o poema e o novo layout do blog. Já fazia tanto tempo que por aqui não andava...
Muito bom estar de volta!
beijo no coração
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