fotografia de gisela rosa, 2008
“Nas margens dos rios imaginando pontes”
Daniel Faria
Nas margens reinventamos
qualquer espaço sem nunca
nos deixarmos deter por ele
somos caracteres em trânsito
na página que principia
e acrescenta símbolos à matéria
nesse oásis branco a paisagem
da montanha do cume da corola
e das coisas como chamas
nas mãos o fluxo das fibras
encadeadas em lentas contracções
filamentos que tecem fonemas
com ditongos breves
cordas que seguramos na escalada
amparados por bambus ao vento
silêncios que contemplamos
no timbre do tempo
gisela rosa
15 comentários:
venho pela mão da "ortografia do olhar" deslumbrar-me com as tuas palavras.
Com ditongos breves se controem as margens das palavras e dos silêncios que fazem do poema a ponte que nos liga à emoção.
Um beijo Gisela.
Bandida, que bom receber o teu eco! Obrigada! Também passei pelo teu espaço. Um abraço
Graça, é bom contar consigo, nestes gestos, nesta "geometria dos afectos"!
A fotografia e o poema fundem-se em harmonia, como se fossem uma união.
Gostei particularmente deste verso
"silêncios que contemplamos
no timbre do tempo"
beijo
Liliana, de facto esta imagem diz o poema e o poema a imagem. Associei hoje os dois, por intuição e acaso!
Um beijo
Já tinha comentado esta fotografia. É uma das que mais gosto da sua galeria. Aqui, é enriquecida pela poesia... e música. A frase de Daniel Faria complementa.
Bj
Obrigada Te, hoje acordei com o olhar deste rio, deste tempo, destas palavras. Sei que também gosta destes tons! Um beijinho
Tentei dexar-lhe ontem uma mensagem em que lhe falava como gosto da luz do seu blog e das imagens que parecem abrir janelas.
Não me entendo com este novo sistema
Caro José Vilhena as suas palavras potenciam esta luz.
Obrigada!
Emotivamente silencioso. Brindo-te. Parabéns.
Muito obrigada Miguel! Volta sempre.
Gisela
Parece que a onda tinha hora marcada com a fotografia. Belo.
Gisela,
boa poesia. Lindo blog!
Obrigado pela visita e comentario nas Litorâneas.
Volte sempre!
Nas margens inventamos espaços, pontes... mas não nos deixamos deter por eles, por isso estamos sempre a caminho... longínquo e imperceptível é o lugar que ansiamos.
Grande abraço.
Simplesmente demais, cada palavra em sintonia com um legada entre te a arte.
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