11 junho, 2009

as palavras desenham-se na parede



Desenho de António Ramos Rosa, caneta tombo em folha de papel, 2008


É um jogo? Ainda não...
Serei eu? Em que objecto?
Aqui na mão, o movimento
ou corda de água ou sol por dentro.
Ainda não, e já poema?
Desejo só a lentidão
que abre o espaço para a mão.

...Que se desata no silêncio
e que ao silêncio dá a forma
do espaço vivo entre objectos.
Forma do gosto, da língua e pulso,
uma carícia de atenção.


António Ramos Rosa, em O Chão do Sopro, Respirar a Sombra Viva, p. 23, 1975



*o título deste post é um verso do poema com o mesmo título de ARR, p. 49 do mesmo livro.

8 comentários:

José Manuel Vilhena disse...

Pronto,confesso,o blog está a ficar mais bonito...

um beijinho

O Profeta disse...

Um areal morno acolheu
Teus passos ávidos da chegada
Caminhas na procura das marcas
De uma espera desencontrada

Calmaria!
A bonança reivindicou o Sol no celeste
Uniram-se os pedaços de rasgada vela
Tua alma retomou o sonho adiante


Bom fim de semana



Mágico beijo

El Viejo @gustín disse...

belo poema;
belas imagenes;
bellisimos olhos os teus
um beijo

Tu Amigo el Viejo

Graça Pires disse...

"Ainda não, e já poema?"
Lindíssimo, Gisela. Combinar os poemas com os desenhos do poeta mostra sempre "a forma do gosto, da língua e pulso,uma carícia de atenção".
Um grande beijo.

Marinha de Allegue disse...

Lindo de verdade Gisela.

Unha aperta.
:)

Marta disse...

Mais um momento de paz interior!

Num cenário renovado :)

beijinho

Anónimo disse...

Este tem movimento quando o lemos...parece veloz :)
adorei.

Bejinho

Anónimo disse...

Tens o amigo Profeta também teu seguidor :) somos amigos comuns desde o meu início de Blog...que giro!!! ainda ha poucos dias lhe disse que tinha nascido em Moçambique por causa do post da nossa foto :)

beijinho