10 junho, 2009

Caminhos brancos de silêncio


Jean Cocteau Astrologie, 1958


Fomos visitar uns monges chineses, talvez taoístas.
António deitou-se, perante eles, em posição quase fetal - o que, noutra pessoa, teria sido considerado irreverência. Neste caso particular havia como um acordo tácito. (A posição correcta - que aqui não faz sentido seria de joelhos).
Ele não fez perguntas. Foi-lhe dito que tinha atingido o Absoluto.

Perguntei se eu alguma vez atingiria a serenidade. Foi-me respondido que só muito próximo do fim da vida.
Mas saí numa espécie de estado-de-graça, como se tivesse iniciado o caminho da perfeição.


Sonho de 8/10/88
Agripina Costa Marques, Sonhos, p.33, 1990


*A autora é companheira de António Ramos Rosa
** O título deste post é um verso de ACM.

3 comentários:

José Manuel Vilhena disse...

Curioso sonho...
Sempre gostei de ler/ouvir registos de sonhos.

um beijinho

Gisela Rosa disse...

JMV,

Lembrei-me que a minha tia (companheira de António Ramos Rosa) que também é poeta tem este livro de Sonhos que podem ser lidos aqui, na Matriz dos Sonhos! Um beijinho e obrigada

Marta disse...

Muito bonito. Tudo.

beijinho, Gisela