23 maio, 2009
sou para ti uma língua que respira
Keith Haring, acrilic on canvas, 1984
Gisela tu és filha da terra e irradias
pelo desejo de
seres um astro vivo de uma sede singular
imaginária no teu sangue enevoado
imediata pela ferida verde da tua voz
e pelo verbo
de uma serpente esguia
que une o sentido
à inocência longínqua de um incerto enigma
Gisela
o poema é uma estranheza
uma diferença extrema e indiferente
entre um grito e uma sombra
o esplendor de um fruto de um rio branco
em cada palavra o timbre de uma pedra
o indivisível timbre de uma pedra
e a chama de um vento de uma sede irreparável
António Ramos Rosa, Vasos Comunicantes Diálogo poético com Gisela Rosa, p. 40, 2006
* o título deste post é um verso de António Ramos Rosa, Vasos Comunicantes, p. 102.
Etiquetas:
António Ramos Rosa,
Gisela Rosa,
Keith Haring
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Unha lingua que respira chea de enerxía e luz...
Unha aperta Gisela Rosa.
:)
A chama de um vento de uma sede irreparável. Só um poeta grande pode defini-la assim...
Um beijo enorme.
Marinha de Allegue,
que bom receber a sua leitura, a sua língua provoca-me e dou comigo a exercitá-la mentalmente, Unha aperta!
Graça, este poema também poderia ser para si! Um grande beijinho e obrigada!
gostei muito do teu blog... vou andar por perto ;)
(www.minha-gaveta.blogspot.com)
o inconfundível timbre de um poeta, gisela. belíssimo. um beijo e bom domingo.
As palavras do teu tio são tu, sol e céu sempre nascentes.
Beijos
Vai ao odisseus ler a minha homenagem ao João Bénard da Costa
Nuno serás sempre bem-vindo! Obrigada pelo cmentário. Um abraço.
Alice, de novo lhe agradeço a sua vinda até aqui, obrigada pelas palavras. Os poemas do meu tio são enigmáticos...
Obrigada Henrique. Acredito no Sol nascente...um abraço e obrigada.
o cunho absolutamente inimitável das palavras de um grande poeta. enorme.
beijos
Gisela,
obrigada :)!
absolutamente lindo.
beijinho
mariab obrigada pela sensibilidade. beijinho
Marta, bela visita a sua! Um beijinho
Enviar um comentário