Desenho de António Ramos Rosa, Fotografia de Gisela Rosa - 2009
Qué hay detrás de los números?
Y qué hay delante?
Todas las cosas se mueven,
hasta las piedras y los muertos.
Los números no se mueven:
sólo dejan su lugar a otros números.
Pero cuál es el lugar de los números?
Cuando los escribimos sobre un papel
les inventamos un lugar,
como ellos nos inventan a veces
un lugar a nosotros.
Todas las cosas quieren reemplazarnos,
pero los números no.
Se parecen al ser:
no están en ningún lugar.
Pero qué hay adentro de los números?
El simulacro de la medida
y las máscaras de los signos
nos han hecho olvidar su sustancia.
Roberto Juarroz, Onzième - POÉSIE VERTICALE, édition bilingue, 1990
* Não poderia colocar este poema sem contar que foi o meu tio António Ramos Rosa que me o deu a ler na última visita que lhe fiz. Não foi a primeira vez que o poeta me revelou o seu interesse na reflexão sobre os números, pelo valor que lhes atribuímos em termos de conteúdo e/ou forma simbólica. Linhas no espaço? Talvez. Abstrações que estão em todo o lado (Pitágoras), por certo. Já Galileu em Il Saggiatore dizia que "o Universo está escrito com linguagem matemática"..
Este poema de Juarroz serviu mesmo de mote a um poema que o meu tio fez e me ditou. Associo ao poema de RJ um desenho de António Ramos Rosa feito há duas semanas atrás com tinta-da-china.
**O título é um verso de Roberto Juarroz.
Este poema de Juarroz serviu mesmo de mote a um poema que o meu tio fez e me ditou. Associo ao poema de RJ um desenho de António Ramos Rosa feito há duas semanas atrás com tinta-da-china.
5 comentários:
... números confesso que me escapam, mas o desenho é de uma maravilhosa simplicidade desarmante.
um beijinho
é um templo de beleza e sabedoria e, por isso, até comentar me parece
em alguns momentos
uma "heresia"!
TANTO, TUDO, ÍSSIMO.
ao desenho
ao poema
à forma como a sua enorme bondade e sentido estético nos colocam tudo isto no olhar. e na alma.
obrigada.
JMV, também sou da área das ciências sociais mas nada me impede de reflectir sobre os números... trago o poema por ele remeter para uma reflexão muito curiosa e interessante como ARR me fez ver....já os matemáticos da escola pitagórica entendiam que “todas as coisas têm um número e nada se pode compreender sem o número”, por outro lado, para Bento Caraça os números permitiram um "ordenação matemática do Cosmos"....a linguagem é igualmente um jogo abstracto de construções matemáticas e se repararmos tudo o que existe no espaço é constituído por representações abstractas,que também são matemáticas...e depois a beleza caligráfica das formas que atribuímos aos números...
O poema é claro nestes versos:
"El simulacro de la medida
y las máscaras de los signos
nos han hecho olvidar su sustancia."
um beijinho
Marta! É tão bonito o seu comentário...é bom saber o seu eco....como já lhe disse...volte sempre quando quiser o espaço é seu!
Um beijinho
Seu blog é um testemunho de carinho e admiração raro nos dias de hoje.
Um beijo e parabéns por ele.
adelaide! que bom esse seu carinho e testemunho! Um beijo
Enviar um comentário