Gisela Rosa, tinta da china em papel, Fev 2009
“Desço à escritura como os veados aos salmos”
Daniel Faria
Tenho um girassol e uma mulher
nas escarpas da casa
e um relógio que separa os braços
das árvores que me avistam
em movimentos cadenciados
num centro de silêncios contados
num abraço que assinala o Sol
que através dos rostos transparece
quantas imagens de uma caligrafia
que me olha como se tudo o que vejo
me vê e me percorre como se eu fosse
uma superfície translúcida
estou entre tudo e nada
atravesso a sombra das cinzas
e cultivo os meus passos
perto dos arbustos e das árvores
que se propagam com o canto das aves
entro inteira na sombra dançarina
neste ritmo cadenciado que me oferece
a leve sensação de uma dança
na fonte de um corpo
que se escreve e se inventa
Gisela Rosa
7 comentários:
Passei por cá.
Gostei.
José Vilhena agradeço muito o seu comentário. Volte sempre que entender. Será sempre bem-vindo, com um abraço, Gisela
Quando a caligrafia nos olha sabemos que o coração não tem margens... Um belíssimo poema, Gisela. Um grande beijo.
Que grande poema, Gisela!
"estou entre tudo e nada
atravesso a sombra das cinzas"
Também gostei muito do desenho, claro!!!
Abrç
Sempre maravilhosa a sua poesia.
um poema que me olha "como se eu fosse uma superfície translúcida". gostei muito. um beijo.
Graça, sim, o poema vai além margens e navega...um beijinho e obrigada pelo comentário
Victor, acolhes-me com as palavras, obrigada e contente por gostares dos meus traços!
Silent...Carla! os seus comentários são sempre receptivos! Gosto de a ver por cá!
alice, estou feliz que o meu poema a tenha olhado e provocado o seu retorno. Volte sempre!
Um beijinho a todos!
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