Escrevo para entrever o que seria o mundo
liberto de si mesmo E sem imaginar
pouso no limite entre a luz e a sombra
para me oferecer à nudez de um começo
Há palavras que esperam na sombra contra o muro
para serem a felicidade de uma folha aberta
sem mais sentido que o perpassar da brisa
mas que abrem o mundo e de doçura tremem
Não é preciso polir a madeira das palavras
ou talhá-las como se fossem seixos
Há um lugar para elas no branco e não numa alfombra de
ouro
e quanto mais frágeis mais frescura exalam
porque elas são a fábula do mundo quando a água o embala
António Ramos Rosa, As palavras, p. 148
9 comentários:
Cada verso é uma promessa de paz, de felicidade, até porque > elas são a fábula do mundo quando a água o embala <.
Como queres que diga mais alguma coisa?
Um beijo.
(OBS. Mandei para o outro lado, mas ainda não tive reacção. Por mim, claro, que sabes que gostei mesmo muito.).
Belo poema Gi.
e fazes bem em homenagear o teu tio porque ele deve ser uma pessoa muito especial para ti...
Beijinho
bellllllissssimo poema!!!!!como gosto de vir aqui!!!!
beijos imensos,
Lindo poema, Gi!
Bela escolha.
Obrigada pela adesão ao novo blog.
Se quiser participar como colaboradora será um prazer para nós. Apareça por lá para conhecer melhor a proposta.
Beijos.
para te dar um grande beijo...tinha vindo para ver novidades..mais um beijo
Água como palavras
por entre os dedos
Venho aqui para refrescar a alma... é como um jardim com um canto só para nós...
Um abraço.
Me lembra um trecho de Drummond:
' Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra. '
Bela poesia.
Até.
Bjo, bjo, bjo...
gisela,
não seria preciso destacar nada, o poema é todo uma homenagem a nobreza da palavra, mas vou repetir o trecho:
"Não é preciso polir a madeira das palavras
ou talhá-las como se fossem seixos
Há um lugar para elas no branco e não numa alfombra de
ouro"
e agradecer-lhe por postar os poemas de antónio ao nosso alcance.
um beijo.
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