01 dezembro, 2009

uma voz amanhecia com a espessura da água



Livruras, fotografia de José Manuel Vilhena, em Ruinologias


Tenho a forma de uma pena nos dedos
percorro estas palavras e recordo
o mundo que coloquei neste livro
os pássaros esvoaçavam num cântico antigo
trazendo uma escrita originária
uma voz amanhecia com a espessura da água
das ondas que se elevavam no horizonte da matéria
como um sopro revelando a pedra

Gisela Ramos Rosa

16 comentários:

jmv disse...

Como uma cascata, a sua escrita. Límpida, luminosa, com coisas dentro. Gosto muito deste.
ps- ficou em boas mãos, a imagem.

Um beijinho

myra disse...

palavras belissimas1 minha querida como gosto de tudo teu, aqui, beijos,

Jorge Pinheiro disse...

Uma pedra revelada, talvez à beira do caminho. Belíssimo.

Voar sem Hasas disse...

Um mundo que se escreve aqui,
que em cada folha encerra esperanças guardadas em tinta...

um universo encerrado na cal

Paula Werner Severo disse...

Muito bonito e criativo! parabens!

Lucas Mendes disse...

ótima foto! adorei!

Carmo disse...

Como sempre palavras e foto em perfeita harmonia. Só mesmo a sensibilidade da Gisela.

Beijinhos

Carmo

Lídia Borges disse...

Um prazer ler palavras tão belas, num recanto que transpira paz, nas imagens e na música.

Obrigada!

Iracema forte Caingang disse...

Lindo!!! amei.
Beijos

Mar Arável disse...

Num sopro de palavras

belas

gostei do casamento
com a imagem

Eleonora Marino Duarte disse...

gisela,

pedra gravada em letras que a transcendem...

belíssimo casamento de linguagens, foto e verso. muito bonito.

um beijo!

myra disse...

bom dia, quero mais de tuas lindas postagens:)))
beijos

João Menéres disse...

Há minutos que estou aqui parado.
A ver.
A ler.
O olhar anda na diagonal.
Entre um livro que encontrou um ninho para se abrir ao mundo e uma poesia que, feita pena, deixa os pássaros bailarem em cântico à volta de branca pedra.

Dá que pensar. Bom para reflectir.

Um beijo.

Gisele Freire disse...

Olá Gisela
Estou encantada! :)
Postei A Matriz dos Sonhos lá no Vastas!
bjs
Gi

Anónimo disse...

Querida Gisela,

Há imagens que nos deixam suspensos num fio de beleza inexplicável... imagens com tons rústicos e que emanam singeleza, particularmente, arrebatam-me!

Mas aqui, tu consegues dar uma voz, um canto, um ecoar a elas, que encanta de forma peculiar, particular, para além de poética.

Um beijo.
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Katyuscia

Nilson Barcelli disse...

Mais que a espessura da água, a tua voz poética tem a espessura das coisas.
Poema brilhante, gostei imenso.
Um beijo.