Nada indicava o caminho
apenas os instantes perseguiam a imagem
os sentidos configuravam curvas, esquinas
nas pedras descansavam os rios e os raios de sol
em movimentos de espessura breve
e a chuva inaugurava o leito adormecendo
para acordar ofuscada por pequenas partículas
nada revelava os membros vincados nas esteiras
nem mesmo o som dos búzios corroídos pelo sal
apenas a areia permanecia no horizonte
com os seus animais de luz
e as cores e os traços constituíam a matéria
que reclamava a forma e os reflexos
vibrantes nesta água
Gisela Rosa, 2008
*Agradeço à Conceição Antunes a imagem de Emilly Carr que gentilmente me trouxe do Canadá.
6 comentários:
Pois é Gisela de repente tive uma vontade enorme de me esconder da nossa dita civilização e sentar-me junto ao leito do rio admirando as cores do horizonte.
Eu, um caderno e uma caneta.
Beijinhos
Carmo
Obrigada Carmo! É mesmo isso que este post pretende dizer, não há civizações melhores que outras, todas São com a VIDA e tudo o que ela contém é Sagrado. Com carinho recebo as suas palavras, um beijinho
... rendo-me ao poema , a beleza , sem mais à beleza das imagens dos últimos versos ...
Grato pela partilha!
Abraço, Gisela
________ JRMARTO
José Marto muito obrigada pelo seu comentário. Um abraço, Gisela
chuva
água
origem de todos os sagrados!
lágrimas ...
Sublime tudo isso !!
Enviar um comentário