Vento, Desenho/poema de António Ramos Rosa, 2005
Com as árvores e com as águas
partilho os meus pensamentos.
Manuseio estas palavras
como se fossem minhas
para as usar como protesto,
como absolvição: boca
devorando a própria fome.
Aguardo um sinal que decifre
o nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo.
Graça Pires, Uma extensa mancha de sonhos, p. 45 - 2008
* O título deste post é um verso de Graça Pires, p. 12 do mesmo livro
7 comentários:
É o vento que rouba as palavras às árvores e as mergulha nas águas, onde flutuam à espera da voz dos poetas que as escrevem para saciar a fome daqueles que os lêem.
Belo poema, e excelente desenho !
A Graça já nos habituou à excelência dos seus registos ...
abraço, Gisela!
________ JRMARTO
Passos,
adoro o vento porque me descentra
obrigada e abraço
vaandando, já li alguns poemas de pastoreio e gostei muito. qualquer dia posso furtar-lhe um para aqui?
obrigada pelas palavras, um abraço
Bonito poema este... adoro poesias! dizem tanto o que nos vai na alma, né?
bejinho
ellen que bom teres chegado aqui, obrigada! Um grande beijinho
A cumplicidade das palavras no tempo...
Obrigada Gisela e um beijo.
que belíssima conjugação! um deleite, este post.
beijos
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