Cada coisa que vemos é feliz
e nós somos o seu silêncio
ou o seu nome.
António Ramos Rosa, horizonte a ocidente, p. 40
Criança olhas-me com os teus rostos múltiplos
vejo-te na atmosfera de uma miragemna tecitura de um devir outro
nos teus olhos encontro
a claridade e o fogo
e as sombras fecundas de ontem
ninguém vê o teu pulso frágil
a tua página ainda é branca
olhas através de um corpo leve
no interior do (in)visível
no teu rosto fervilha a nudez do coração
e a memória dos mundos incompletos
Criança em ti repousa a eternidade
Gisela Rosa
10 comentários:
Tenho um pequeno texto que a determinada altura diz "(...)é que à sombra da infância todos os corpos são brancos."
É claro que o contexto é outro, mas obrigado por me fazer repensar a frase.
um beijinho
Caro José Vilhena, a claridade e o branco da infância...depois alguém se encarrega de inscrever os "corpos"
sem que eles percebam...
Obrigada pelos seus comentários, pela sua Luz!
Um poema sensível, Gisela. De quem acredita que nos olhar das crianças de encontra "a claridade e o fogo e as sombras fecundas de ontem". Um beijo.
Acompanha o meu blog, por favor.
L
Obrigada, Graça, a sua leitura entreabre sempre uma porta!
Um beijo
L
Obrigada por ter passado aqui.
Um poema de extrema beleza e sensibilidade. Foi muito bom encontrar este espaço. Um abraço
mariab
agradeço muito a sua visita e palavras. O seu eco! Um abraço, volte sempre
"ninguém vê o teu pulso frágil
a tua página ainda é branca"
toda a pureza das crianças aqui resumida.
Gostei bastante.
Caro Pedro Martins, Obrigada pelo seu comentário.
Enviar um comentário