13 fevereiro, 2011

Espera um momento antes de deixares esta página,

DELENE MEIRING (in Jorgina Puga - Facebook)

“O que ama gera-se a si mesmo em cada instante”

Maria zambrano


Espera um momento antes de deixares esta página, quero dizer-te como as imagens que pensamos ver são muitas vezes sombras da unidade que nos falta...há mesmo quem subsista através do mimetismo voraz do outro sem se esforçar por querer ser.......bem sei que estás pensando na razão desta entrada mas se suspenderes a interrogação verás como a retina é apenas uma objectiva que te dá uma imagem transformada por tudo o que trazes dentro de ti. Os olhos são entradas de uma visão interior e anterior, um processo de apreensão do mundo que é reflexo dialéctico entre ti e o mundo.... além disso,

há ainda palavras na página que levantam voo querendo alcançar a forma, digo-lhes: desculpem mas já não estamos na hora de poderem nascer....

mas elas sabem que preciso do corpo imaginado e então colocam-me nesta jangada entre a corrente da imagem e do afecto para com a língua me estender por inteiro no branco da página...e escrevo até fundir o coração e o peito para então fechar os olhos lembrando a herança dos pássaros que levantam voo por dentro....

Gisela Ramos Rosa, 13-02-2011

15 comentários:

Anónimo disse...

a gisela faz, na sua poesia, verdadeiros instantes de sensibilidade... um beijinho por isso*

Melinda Bauer disse...

Palavras transbordando verdade"as imagens que pensamos ver são muitas vezes sombras da unidade que nos falta"!
Este site é muito bonito, em todos os sentidos. Se traduz em aconchego e leveza da alma.
obrigado
Um grande abraço

CARLA STOPA disse...

Amei teu espaço...

Anónimo disse...

Não deixo esta página antes de ler as coisas lindas que escreves e me emocionam.

Beijo, Gisela!

Tania regina Contreiras disse...

Te lendo, Gisela, e pensando que os olhos são guardiões severos muitas vezes...e que para que possamos VER de fato é preciso que eles adormeçam. Teus textos marcam sempre o ínicio de belas viagens.
Beijos,

Álvaro Lins disse...

Gostei. Vou voltar.

Graça Pires disse...

Eu vi as palavras levantarem voo das páginas em branco...
Belíssima imagem e excelente texto.
Um grande beijo.

José Carlos Brandão disse...

O poema busca a sua forma. As palavras são pássaros, nidificam no branco da página, pousam e deitam e se agitam nesse ninho-poema, ansiosas por alçar voo.

Abraços.

Mar Arável disse...

No branco tudo pode acontecer

até o voo das palavras

Sempre belo

Gabriela Rocha Martins disse...

venho à fonte ,a fim de saciar a sede......




.
um beijo
( tudo ,menos linear )

Anónimo disse...

O processo criativo, dito desta forma ganha uma dimensão mágica.

M.G.

M.B. disse...

Gisela
Quando cheguei a casa percorri os teus blogs e encontrei escritas algumas palavras que tinha ouvido ao longo da tarde e sobretudo ao jantar… Mas não encontrei o teu rosto de frente, como tantos que colocaste na “linguagem dos rostos” e na “matriz dos sonhos”… Não é, certamente, preciso falar dos olhos mais do que tu fazes com as palavras… Nem precisas que te voltem a dizer que os teus são verdes…
Gostei de ter aceitado a sugestão da Isabel para ir a Cascais... Mas creio que estas palavras não são propriamente um comentário...
Boa semana!
19/2/2011
Manel Beirão

João Menéres disse...

Por onde tenho andado, GISELA ?
- Sabes, certos blogues exigem que eu esteja tranquilo, não stressado.
E não tenho tido esse TEMPO.
Quandotal acontece, prefiro adiar e IR quando me acho em condições de saborear tudo quanto aqui nos ofereces.
São as imagens, são os teus textos que nos convidam a PARAR e a ler e reler.
Não contente com TUDO ISSO, ainda colocas uma melodia para SONHAR (pena ela terminar quando ainda vamos a meio,,,).

Sem menosprezo para nenhum dos outros COMENTARISTAS, as palavras do
JOSÉ CARLOS BRANDÃO
podiam ter sido escritas por mim, se para tal tivesse arte e engenho.

Um beijo e até muito breve. (???)

João Menéres disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rico Boschi disse...

Deus, como é deliciosa a leitura de suas palavras... há tempos não sentia tão gratificante impacto...
Suas linhas quase que flutam, de tão belas... parabéns