08 fevereiro, 2009

A dança

Gisela Rosa, A dança, tinta da china em papel 08-02-09


"...Nenhum movimento acaba num lugar preciso da cena ojectiva, como os limites do corpo do bailarino nunca proíbem os seus gestos de se prolongarem para além da pele. Há um infinito próprio do gesto dançado que só o espaço do corpo pode engendrar...."

José Gil, Movimento Total - O Corpo e a dança, p. 64

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"É preciso dançar ao som da guitarra. Descobrir o Sol no corpo. É preciso estar atento ao movimento do Sol no horizonte. Estar unicamente em movimento não é suficiente. Estar unicamente em movimento com o Sol no Coração é estar em movimento na Órbita Sagrada da Revelação. A dança é a libertação da Energia Solar. Os corpos comungam a mesma energia: tornam-se únicos e são corpos celestes na extensão do horizonte. Tantas vezes os corpos páram e não conseguem dançar. É preciso que os corpos se recolham em si mesmos para que a dança continue noutra órbita. É preciso dançar ao som do vento: as árvores dançam sempre, mesmo quando estão paradas. As árvores são corpos em extensão. É preciso parar o vento.
É preciso que as mãos desenhem corpos tão belos como estes."

Isabel Aguiar Barcelos,
(este último texto foi escrito como comentário a este post (08-02-09, muito agradeço a luz das tuas palavras Isabel )

14 comentários:

O'Sanji disse...

Extraordinários os teus desenhos! :)
Beijo

Gisela Rosa disse...

Obrigada O´Sanji. Dá-me imenso bem estar fazê-los. Um beijo.

Anónimo disse...

gisela:
gosto desta dança.obrigado pelo link.
romério

Gisela Rosa disse...

Romério: obrigada pelas palavras. Não precisa agradecer o link, gosto do seu trabalho! Esta dança nasceu "no tumulto da mão". Um abraço,
Gisela

José Manuel Vilhena disse...

Uma vez liberto o traço...


um beijinho

Gisela Rosa disse...

José Vilhena obrigada pelo seu comentário,

só a liberdade do traço permite moldar o espaço e criar esta dança


obrigada!

Anónimo disse...

Não sei afixar um comentário, mas escrevo-te este para colocares no teu desenho:


É preciso dançar ao som da guitarra. Descobrir o Sol no corpo. É preciso estar atento ao movimento
do Sol no horizonte. Estar unicamente em movimento não é suficiente. Estar unicamente em movimento
com o Sol no Coração é estar em movimento na Órbita Sagrada da Revelação. A dança é a libertação da
Energia Solar. Os corpos comungam a mesma energia: tornam-se únicos e são corpos celestes na extensão
do horizonte. Tantas vezes os corpos páram e não conseguem dançar. É preciso que os corpos se recolham
em si mesmos para que a dança continue noutra órbita. É preciso dançar ao som do vento: as árvores dançam
sempre, mesmo quando estão paradas. As árvores são corpos em extensão. É preciso parar o vento. É preciso
que as mãos desenhem corpos tão belos como estes.

Isabel Aguiar Barcelos


Um beijinho que dança da Isabel

Gisela Rosa disse...

Isabel, publiquei o teu comentário e fi-lo também no próprio desenho, porque as tuas palavras completam a descoberta da minha dança. És uma amiga especial, sabes disso. Mil beijinhos e espero que me visites sempre
Gisela

PAS[Ç]SOS disse...

A dança, tal como o gesto, não tem limites. Mas a dança é efémera e precisa de outros gestos para a eternizar. E os gestos que eternizam a dança imobilizam-na… e só o sonho será capaz de dar movimento à imagem, ao traço, à escultura… sonhar é fácil, mas para sonhar com criatividade é preciso voar… e voar também é dançar.

Gisela Rosa disse...

Pas(ç)sos, a sua visita é a continuidade desta dança que editei.Obrigada pelo seu gesto que eternizou esta dança, acredito que seja por estarmos na matriz dos sonhos e nela podermos voar.
Mas quero dizer-lhe ainda que as suas palavras me fizeram lembrar a água, o seu movimento, a sua claridade.
Volte sempre, visitarei o seu espaço.
Um abraço, Gisela

adouro-te disse...

Perante um desenho fico sempre perplexo... Vejo, revejo e, tanta vez, resta-me o eu gosto ou o eu não gosto. Não me perguntem porquê. Responderia porque sim ou porque não.
No entanto, neste teu desenho, foi só olhar e ver o movimento tipo corridinho algarvio. E foram dois os traços que me deram essa noção: o em círculo junto às pernas flectidas e o mais largo ao nível das cinturas.
Que comentário o meu! Tão simplório mas sincero... porque gostei muito.
Muito obrigado pela tua visita.
Bjs

Anónimo disse...

Mateo. Agradeço o seu comentário e espontaneidade. Este desenho é simplesmente a dança entre dois seres que se transformam nesse movimento rítmico! Um abraço, Gisela

Victor Oliveira Mateus disse...

Li o comentário do mateo com muita atenção... não percebo nada de técnicas, por isso a esse nível não me posso pronunciar, mas ensinei Estética durante muitos muitos anos.. daí concordar com
o mateo qd ele refere que a sensibilidade determina o ponto de
partida para o Belo. Mas concordo
tb com a Isabel quando ela refere
palavras como "horizonte", etc., isto é, se a sensibilidade nos dá o
"agradável" o nosso mundo interior
completa-a na senda do Belo. Sou absolutamente platónico nesta questão! Portanto acho os teus desenhos agradáveis e belos, mas ao nível teórico... agora de pinceladas e traços não percebo nada (nem isso me preocupa, ñ se pode saber tudo!), deixo para os
entendidos...

Anónimo disse...

Victor, muito obrigada pelo teu comentário e agrado em relação aos meus desenhos. Faço-os porque me sinto muito bem ao traça-los e não por esperar que os entendidos me venham dizer se gostam ou não. Até porque os entendidos muitas vezes não percebem nada de nada, são apenas entendidos. Continuo a gostar das coisas simples e a gostar de pinceladas ...e cada vez menos de algumas "figuras".

Victor, agradeço as tuas palavras sei que és sensível um grande abraço!