06 maio, 2012

deixa-te guiar pelo fogo que do teu corpo emana.

     s/ nome de autor



O universo que seguras é a matriz dos teus sonhos
flutua e toca a chama que no centro te chama.


Deixa-te tocar pelo fogo que o teu corpo reclama
deixa-te guiar pelo fogo que do teu corpo emana.


Gisela Ramos Rosa, 06-05-2012







21 abril, 2012

O chão dos poetas


Imagem - Bosque de Berkana




Cântico es existencia
Rilke


O chão dos poetas não é sono lunar
mas vigília aberta ao espaço

o chão dos poetas é culto que se estende
da terra à palavra num rasto de mãos
pulsando o início

o chão dos poetas canta a terra e os homens
por lavrar canta o fogo e a espessura da noite
infinita, canta a aurora o despertar

o chão dos poetas é corpo que desarma e restitui
o sono lúcido aos lábios a língua que se abre ao Sol

o chão dos poetas é seiva que transforma e religa
espírito e matéria cântico e mundo


Gisela Ramos Rosa
21-04-2012



20 janeiro, 2012

O anel do tempo

Imagem: ©Joyce Tenneson




As mães são conchas e mistério, elas apertam os filhos como rios sem margens no diafragma do Tempo, as mães têm braços que agarram por dentro o Amor com magnética nitidez. As mães são o regresso do mundo.


Gisela Ramos Rosa

06 novembro, 2011

Já abracei uma árvore neste Jardim

A place to be...Sintra
Fonte do Plátano-Jardim da Liberdade, Sintra
Fotografia de Mariis Capela

01 outubro, 2011

Um foco de ternura cúmplice

Fotografia de Gregory Colbert

Nada é inacessível no silêncio ou no poema.

António Ramos Rosa


Aproximei-me da festa do silêncio com o fluir das palavras nuas que escreveste. Suspendi o tempo junto a ti como a criança que recoloca as peças do jogo com a simples respiração acedendo ao novo mundo imprevisto em movimento. Um foco de ternura cúmplice aproximou o sentido total dos nossos gestos fora do tempo. Um campo de ressonâncias eternas trespassando-nos como a água sem corpo que esvazia as palavras, dos sentidos obscuros, onde habitamos a brancura e o afecto deste encontro. Agora sei que haverá a palavra viva quando a morte for limite, haverá o fluxo do livro descobrindo a página, haverá um rosto traduzindo o silêncio, haverá um traço de prece inclinada na paz dos nossos ombros.


Gisela Ramos Rosa, 1-10-2011


25 setembro, 2011

Fotografia de Eric Lafforgue


a Chave é uma linha que une
o pensamento ao mundo como um espelho


Gisela Ramos Rosa, 27-09-2011


06 agosto, 2011














quando a sede é pergaminho
a mão avança para a água do poema
como a sombra que antecede o barro
antes da forma encontrar a pedra
secular


Gisela Ramos Rosa 06-08-2011






Fotografia de Mariis Capela