07 maio, 2009

de ternura moldei o meu cansaço


Fotografia de Gisela Rosa, Maio de 2009


De coragem vesti a solidão,
de ternura moldei o meu cansaço
e fui mulher-canção, mulher-abraço
de quem me viu morrer por cada sonho,
de quem me viu nascer em cada esperança.
Na lembrança guardei toda a beleza
e a tristeza cobri de fantasia.
Enfeitei-me de poesia como quem reza
e fui vadia, no gosto aventureiro de quem vive.
E sou mulher-certeza, mulher-livre,
mulher do dia-a-dia a tempo inteiro.

Graça Pires, 1985

(Obrigada Graça, por este tão belo poema)

8 comentários:

simplesmenteeu disse...

E é muito assim que eu imagino a Graça. Uma Mulher de linho temperada de ternura.
Livre, guerreira e suave como o aroma de uma flor.

Linda essa rosa. Flor e sombra! Quase lhe sentimos o toque e o cheiro.

Obrigada pela partilha

(um abraço à Graça)

Beijo terno

El Viejo @gustín disse...

Obrigado por tão formoso "Post"
Tão bem definido a femineidad 1
¿Posso tomá-lo e colá-lo em meu
citando a origem?....


Abraço

Gisela Rosa disse...

Simplesmente eu (L)

as suas palavras revelam caminhos de sensibilidade...
beijinhos, Gisela


Agustin, claro que sim, claro que sim! É com gosto que o recebo neste espaço, vindo dessa terra que me atrai imenso! Um abrazo e gracias (que também é o meu nome)

Graça Pires disse...

A tempo inteiro é a vida que temos. Somos mulheres e amigas e isso é bom. Um beijo e obrigada, Gisela.

Gisela Rosa disse...

Graça!
A rosa é essa ilha que guardamos no peito e com a qual traçamos o rasto do grande rio que nos acolhe!

Uma pétala e um abraço Graça pelo dom das suas palavras.

mariab disse...

obrigada por esse poema da Graça. retrato de mulher inteira.
beijos

Gisela Rosa disse...

Que bom ter cá vindo mariab. Obrigada!
beijinhos

Marta disse...

Belo dueto! de imagem e palavras!

Aliás, onde está a novidade destes duetos????

São sempre tão sublimes, Gisela, que nem sei porque não me submeto apenas ao silêncio, como faço de outras vezes!

:)

beijinho